FOTOS: PM que denunciou tortura de colegas teve hematomas pelo corpo; ele relata dificuldades para andar e enxergar

  • 30/04/2024
(Foto: Reprodução)
Danilo Martins precisou passar seis dias internado, três deles na UTI. Segundo soldado, ele foi torturado durante 8h para que desistisse de um curso de formação. FOTOS: Soldado da PMDF que denunciou tortura dentro do batalhão mostra hematomas O soldado Danilo Martins — que denunciou ter sido torturado por colegas de farda dentro do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal — teve diversos hematomas pelo corpo (veja fotos acima). Além disso, ele relata dificuldades para andar e enxergar. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp O militar precisou passar seis dias internado, três deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Depois de inúmeros exames e remédios, ele conta que o estado de saúde requer atenção. Os militares suspeitos de cometerem o crime foram presos na segunda-feira (29). Segundo Danilo, ele foi torturado durante 8 horas para que desistisse de um curso de formação (veja detalhes mais abaixo). Ao procurar um hospital após as agressões, o soldado diz que foi diagnosticado com insuficiência renal, rabdomiólise — ruptura do músculo esquelético, ruptura no menisco, hérnia de disco e lesões na lombar e no cérebro. "Para andar eu tenho muita dificuldade, pois o nervo está comprimido e a medula inflamada. Quanto à visão, eu estou me adaptando", diz Danilo, que agora também precisa usar um óculo para cortar a luz branca, por causa da sensibilidade. Imagem mostra soldado Danilo internado após agressões que diz ter sofrido no Batalhão de Choque Reprodução Na denúncia feita ao Ministério Público, o policial conta que teve gás lacrimogênio e gás de espuma jogados em seu rosto, que foi obrigado a tomar café com sal e pimenta, e que foi agredido com pauladas, chutes no joelho, no rosto e no estômago. "Eles colocaram gás nos meus olhos, depois pediram para eu correr ao redor do batalhão cantando uma música vexatória. E depois disso me colocaram para fazer flexão de punho cerrado no asfalto, me deram pauladas na cabeça, no estômago", conta Danilo (veja vídeo abaixo). Forçado a assinar desistência Soldado conta que sofreu tortura dentro de batalhão da PMDF Em nota, a PMDF disse que "não admite desvios de conduta e apura os fatos de maneira criteriosa e imparcial, observando todo o procedimento legal, permitindo a ampla defesa dos envolvidos". A PM afirmou ainda que "instaurou um inquérito policial militar de imediato" e que não comenta decisões judiciais. Danilo diz que se inscreveu no curso de patrulhamento tático móvel de 2024. No dia 22 de abril, haveria a apresentação, onde são tratadas questões documentais, de alojamento, cerimonial e toda a logística do curso. "Eu me apresentei às 8h15, juntamente com o turno, e o coordenador já me retirou do turno e disse que se eu não assinasse o requerimento [de desistência] que já estava preenchido, ele iria me tirar, seja por lesão ou trairagem", conta Danilo. O soldado diz que se recusou assinar a desistência, por várias vezes. E foi quando, segundo ele, o tenente coordenador do curso de patrulhamento tático móvel iniciou as agressões contra ele, junto de outros policiais. Os 14 policiais militares presos por suspeita de torturar o colega de farda estão no presídio militar no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Os policiais que tiveram prisão temporária decretada são: 2º tenente Marco Aurélio Teixeira Feitosa; 2º tenente Gabriel Saraiva Dos Santos; ST Daniel Barboza Sinesio; 1º sargento Wagner Santos Silvares; 2º sargento Fábio De Oliveira Flor; 2º sargento Elder de Oliveira Arruda; 3º sargento Eduardo Luiz Ribeiro Da Silva; 3º sargento Rafael Pereira Miranda; 3º sargento Bruno Almeida da Silva; Cabo Danilo Ferreira Lopes; Soldado Rodrigo Assunção Dias; Soldado Matheus Barros Dos Santos Souza; Soldado Diekson Coelho Peres; Capitão Reniery Santa Rosa Ulbrich. Em nota, a defesa de 12 dos policiais investigados informou que "em nenhum momento os referidos policiais militares foram notificados para prestarem quaisquer tipos de esclarecimentos" (veja íntegra abaixo). A defesa dos outros dois PMs não havia se pronunciado até a publicação desta reportagem. O que diz a defesa dos investigados Leia, abaixo, a íntegra da nota enviada pela defesa de 12 dos policiais investigados: "O ESCRITÓRIO ALMEIDA ADVOGADOS, por meio de seu Representante legal, vem informar que está atuando na defesa de 12 dos 15 Policiais Militares do Distrito Federal, os quais foram alvos de operação articulada pelo MPDFT em conjunto com a Corregedoria da PMDF, nesta manhã do dia 29/04/2024, de modo que já está sendo adotada todas as medidas legais pertinentes para o fim de restabelecer a liberdade de todos. Ressalta, ainda, que em nenhum momento os referidos Policiais Militares foram notificados para prestarem quaisquer tipos de esclarecimentos sobre os fatos objeto desta operação, seja pelo Departamento de Controle e Correição da PMDF ou mesmo pelo MPDFT, mas apenas surpreendidos pela nesta manhã com suas respectivas prisões, razão pela qual a Defesa Técnica buscará trazer aos autos suas versões, para que então o Poder Judiciário possa aplicar o Direito da melhor forma". LEIA TAMBÉM: AGRESSÃO: PMs são presos por suspeita de tortura contra soldado em curso de formação do Batalhão de Choque, no DF INVESTIGAÇÃO: PM denuncia ter sido torturado por colegas no Batalhão de Choque, no DF Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

FONTE: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2024/04/30/fotos-pm-que-denunciou-tortura-de-colegas-teve-hematomas-pelo-corpo-ele-relata-dificuldades-para-andar-e-enxergar.ghtml


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